Olá meu amigo(a). Tudo tranquilo por aí? Nosso bate-papo de hoje tem um objetivo muito claro: fazer você perder o medo de estudar Administração para concursos públicos. Sabe como faremos isso? Eu vou te explicar de uma vez por todas como as bancas organizadoras elaboram as questões de Administração. Esse é um segredo que os professores de Administração costumam guardar a sete chaves, mas eu, que não sou baú nem nada, vou te contar. Depois de hoje vai parecer fácil estudar essa matéria. Então, se liga e vem comigo.
Subjetividade e divergências
Administração, a exemplo do que ocorre com outras ciências sociais, tem uma infinidade de teorias, modelos e classificações. Naturalmente, no meio de tudo isso existem muitas ideias divergentes. Se você já estou Direito sabe bem do que estou falando. No Direito, a cada livro que você estuda aprende uma nova perspectiva, uma nova ideia e/ou classificação. Como saber quem está “certo”? Afinal, na hora da prova do concurso não temos margem para divagações, temos de ser objetivos: ou está certo ou está errado.
Lá no Direito é relativamente fácil lidar com essas divergências, pois temos o Supremo Tribunal Federal – STF. Então, salvo raríssimas exceções, seguindo o entendimento do STF você consegue responder qualquer questão de Direito. Ocorre que em Administração nós não temos um STF. Logo, como saber quem está certo?
O STF de Administração
Aqui vai a primeira dica: as bancas organizadoras são o nosso STF. São elas que vão dizer o que está e o que não está certo. Simples assim.
“Ah Marcelo…mas as bancas organizadoras entram em contradição.” SIM. As bancas vez ou outra entram em contradição, porém, cá entre nós, a uniformidade de entendimento também nunca foi o forte do STF, certo?
Então a melhor forma de estudar Administração é por meio das bancas organizadoras. “Ok Marcelo, mas como eu vou fazer isso? As bancas não escrevem livros!” De fato, porém elas ao elaborem as questões deixam algumas pistas e aqui está o segredo que os professores de Administração guardam a sete chaves:
O Segredo
Por meio das questões é possível identificar os autores que as bancas utilizam. Duvida? Eu te mostro:
Olha essa questão elaborada pelo CESPE no concurso para Auditor do TCU:
CESPE – TCU – Auditor Federal de Controle Externo – 2008) A governabilidade diz respeito às condições sistêmicas e institucionais sob as quais se dá o exercício do poder, tais como as características do sistema político, a forma de governo, as relações entre os poderes e o sistema de intermediação de interesses.
Agora compara o enunciado com esse trechinho do livro de Administração Pública do Matias-Pereira:
“Para diversos autores, como Diniz (1996, p. 12-13), o termo governabilidade se refere às condições sistêmicas mais gerais, por meio das quais se dá o exercício do poder em dada sociedade, como a forma de governo, as relações entre os poderes, os sistemas partidários etc.” (Matias-Pereira, 2018, p.81)
“Marcelo!!! O CESPE praticamente copiou o livro dele.” Sim. E se você acha que é só o CESPE olha só essa questão para Analista do Tesouro Estadual da FCC:
FCC – SEFAZ PI – Analista do Tesouro Estadual – 2015) Governança, na Administração pública, pode ser entendida como b) o braço instrumental da governabilidade, envolvendo o modo como o Governo se organiza para atender às necessidades da população.
Agora compara a questão com esse trechinho da obra de Administração Pública de Augustinho Paludo:
“Governança pública é a capacidade de governar, a capacidade de decidir e implementar políticas públicas, que atendam às necessidades da população. A governança é instrumental, é o braço operacional da governabilidade. (Augustinho Paludo, 2013, p.128)”
Essas são apenas algumas demonstrações de como as bancas elaboram as questões. Elas, basicamente, escolhem alguns autores e formatam enunciados/alternativas praticamente reproduzindo palavra por palavra os conceitos que eles apresentam.
Vou te contar a história toda. Sabe o porquê de as bancas fazerem isso? As bancas não são bobas e só querem evitar dores de cabeça. Caso haja recurso, ela simplesmente mostrará que a questão está adequadamente fundamentada em uma bibliografia e rejeitará o recurso.
Encontrando a Direção
“Então beleza. Eu só tenho que descobrir os autores que as bancas utilizam, comprar os livros, ler todos esses livros e, enfim, mandarei bem na prova de Administração.”
Exatamente. Se você tiver, pelo menos, entre 1 ano a 1 ano e meio de disponibilidade para estudar só Administração pode seguir esse caminho que vai funcionar muito bem. Eu garanto!
Caso não disponha de tanto tempo para estudar uma única disciplina será um tremendo “suicídio concursídico” estudar diretamente por livros acadêmicos de Administração. Como um bom auditor eu não falo nada sem evidências: olha só as referências bibliográficas de uma única aula de planejamento:
Aula 00. Assunto: Planejamento Estratégico (Parte inicial)
REFERÊNCIAS:
Perceba que para cobrir uma parte de um único ponto do edital (planejamento estratégico) foram necessários 6 livros. Considerando uma média de 40 páginas de cada livro sobre esse assunto, temos 6 x 40 = 240 páginas a serem lidas para você fechar parte do primeiro tópico do edital. Isso sem considerar o tempo analisando as questões apenas para descobrir quais são os autores adotados pela banca. Concorda que não é eficiente esse estudo?
Então, se liga nessa dica: Estude por bons materiais de Administração para concursos públicos.
“O que são bons materiais Marcelo?” Materiais direcionados para concursos públicos e elaborados por pessoas que conhecem a fundo a disciplina. Professores de Administração experientes conhecem os autores que as bancas utilizam para cada um dos tópicos do edital. Sabem, por exemplo, que ao tratar de “Empreendedorismo Governamental” as bancas vão utilizar o livro de David Osborne e Ted Gaebler. Ao tratar do modelo gerencial no Brasil, necessariamente vão utilizar o Plano de Reforma do Aparelho do Estado – PDRAE para elaborar as questões.
É exatamente esse tipo de conhecimento que faz diferença na hora da sua prova. Você pode ter lido vários e vários livros de Administração, se não forem os livros que a banca organizadora do seu concurso utiliza seu desempenho será ruim. Simples assim.
“Marcelo eu acho acho errado que as bancas façam isso já que não existe indicação bibliográfica no edital”. Eu também acho. Contudo, nossa opinião não vai mudar nada. Então, minha sugestão é que aceite que isso faz parte do jogo e comece a se preparar da forma correta.
Se tiver disposto a arregaçar as mangas e começar a estudar de forma direcionada para essa disciplina, convido a conhecer minha proposta de trabalho no Administração Faixa Preta: https://admfaixapreta.com.br
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